Made up my mind now it's time settle down
But don't hold this against me I gotta run now

At last.
Now please don't stand in my way

the brigde is broken...

Estava feliz, mas não sabia o que era estar feliz, esses fragmentos de felicidade, ela desconhecia desde que, não sei, desde aquela manhã. Desde que compreendeu que amava mais o sol sobre as nuvens do que qualquer coisa. Tudo era bom. Bom. Nada é tão feliz. O feliz era a intercalação do bom pro seu auge de certezas.

Na inclusão livre de excluir, manejo por excluir a inclusão do amor na solidão. Ato falho, vago, sei la. Não sei mais o que quero escrever aqui. Escrevi correndo, não no tempo, escrevi correndo atrás de coisas que aprendi a sentir nos últimos tempos, ou senti e fui aprendendo, ou nem sinto nada, e nem sequer sei o que aprendo.

É fácil não sentir nada quando já se morreu uma vez.

Não consegui percorrer todo o caminho.
A primeira vez que pensei em flertar até ele desistir, me percorrer pelos instintos, me engolir com os olhos, transcender pelas nossas vontades guardadas, me sufocar pela sua boca. O tempo todo eu queria confessar: Me afoga.
[...] deitei sobre o chão, acumulada entre as pedras.
Pego uma por uma e jogo pra cima de mim, e penso, quantas são as vezes, quantas foram as vezes, que joguei pedras sobre mim, e quantas foram as que me acertaram e ainda virão de acertar.
"Acho que de repente fiquei espantada por estar exatamente aqui, entre todas essas pessoas, e devo ter me perguntado vagamente porque tudo em minha vida teria me conduzido para este momento,"

Miss

O céu menor que o azul. Os pássaros cantando sobre a janela de madeira.
Encaro seus olhos. Penso, antes de amanhã quero me apaixonar por vc.

in tenso

Acordei fadigada dos pontos e vírgulas, de luas cheias.
Eu nunca consegui explicar o buraco que foi feito, e como ele me confundia.


Acordei fadigada, com a luz forte no rosto, um gosto ruim na boca, o corpo gelado, nu.
Na minha frente pude ver meus dedos jogados pra fora do colchão. Minha mão morta, de esmaltes escuros - solta, leve, sufocada, entre braços quentes. O peso de outro por cima de mim. As coisas simples, normais, vindas da lua cheia.
E tudo o que eu conseguia pensar era que não adiantava o quão bela fosse a vida,
eu ainda pensava em você. No nosso balão verde, lua cheia, no seu sorriso, e no buraco que só você conseguiu deixar, garota.
Eu estava na estação, eram cinco da manha quando liguei para ela. Tive medo antes dela atender, mas quando escutei sua voz rouca e com sono perdi todo o medo, e tive a certeza que era ela mesmo que eu devia ter ligado naquele momento.
Primeiro ela ficou calada quando eu disse quem era que falava do outro lado da linha. Não calada por não saber o que falar, mas por saber exatamente o que falar, e por ser tanta, mas tanta coisa. Ficou perdida, encheu o momento de silêncio, de tensão, e logo me disse: Você. Que o tempo perdeu.
O tempo me deixou a perder, mas muito mais a ganhar. Eu disse a ela. Ganhar o que? Ganhar perdas? Respondeu.
O tempo me trouxe de volta.
De volta pra onde?
Pra cá, pra você.
Você nunca foi meu.


Você sabe quanto tempo ficou fora?
Quatro anos.
Pois bem, aqui se passaram 10 anos.
Como?
Porque eu vivi tão depressa, quase sem parar, sem fôlego, sem pausas, sem rumo, tão, mais tão intensamente que fiz correr 10 anos desde que você se foi, mesmo que tenham sido apenas quatro pra você.

Ela respirou bem fundo.

Eu precisei correr tanto no tempo para poder não lembrar que você tinha ido. Pra você não me doer.
Eu vivi tão depressa que minha vida mudou de semana em semana. Vivi muitas histórias, mesmo estando sempre no mesmo lugar.
Hoje sou mais vivida, porém mais cansada. cansada demais pra relembrar que um dia te amei, cansada demais pra tentar recordar nossos sentimentos e revivê-los.

E então desligou o telefone.

10-10-10

Entre o silencio de cada gota da chuva, ela o esperava no ponto de onibus, se escondendo de gotas geladas, olhando seu próprio reflexo nas poças formadas pelo chão.
Seus pés molhados, gelados. Ela já se prepara para que tudo fosse quebrado - o copo caiu no chão e quebrou: tão rápido, que não se percebe. Escorregou sobre seus dedos. Inacabado, mal começado. Sem fim.
Estava distraída quando ele bateu o guarda chuva sobre o vidro do ponto de onibus. Não queria olhar para trás e vê-lo. Não queria que aquela fosse a primeira da ultima vez.
Seus rostos corados, disfarçados. Ambos comovidos pela compreensão de um fim.
Tudo bem, tudo bem, ela dizia na imensidão do silencio que os partiam. Mas tudo não estava muito bem enquanto ele não conseguia nem direcionar o olhar para ela. Ela sorri, ele abaixa a cabeça. Ela diz sim, ele não, talvez. Talvez se eles tentassem se olhar por um pouco mais de tempo, algumas perguntas se solucionariam. Se eles se olhassem por mais um instante, se ela sorrisse para ele com os olhos mais uma vez, quem sabe ele não teria ficado.

Deitada na poeira e flores no domingo, o corpo mais quente do que o asfalto lá fora.
Os sentimentos agudos, tudo fica sensível, frágil. Perdi a fortaleza na fortaleza. Não sei o que sonhar quando o sonho vira realidade, e a realidade evapora as vidas que ficam, as que vão, que foram, e que chegam.
Eu não quero o frio, mas o sol aquece demais. O chão queima, o corpo muda, a respiração ofega. Todo aquele tamanho lá fora eu não consigo, eu não consigo acreditar que o desejei. Sou tão pequena quanto os pequenos, por saber o tamanho deles e o dos outros.
Me larga aqui, sobrevivendo nesse sonho azul.
Me larga aqui nessa saudade. Nessa certeza, na incerteza. Me larga aqui nesse sonho. Nesse azul. Azul real.
Tudo amadurece. Fica comum, incomum, azul escuro.

Um e um, um.

[...] a minha matemática é simples, um e um não são dois, são um. quando eu pego e volto a somar: eu e ele, dois, nós dois, dividido por mim, eu.

Ex isto

Porque é o sim
o não,
uma cruzada

Corpo livre individuo
Individuo preso sobre corpos
Todos
Um
Minha alma doei
mas ela permanece apenas minha
Dentro
Nua
arde, queima
Vivo
queimando até morrer
em vida
O peso da liberdade
Corpo livre
preso individuo

Permanecer'Pertencer

Me perco na imensidão dos passos. Vagos. Vazios. Perdidos. Respiro, fujo. Me perco ao longo dos prédios, e questiono como seria pular de um deles. Qual deles escolheria, qual dia escolheria.

Me perco por todos os lados. De todas as formas. Não sei mais de onde pertenço, pertencer.
Não sei mais de quais lugares e pessoas. Não sei mais que sentimentos. Por pertencer ou não pertencer, a vida fica cada vez mais cheia, vazia, feliz e depressiva. Todas as coisas não são um ponto gigante de interrogação, não. Elas simplesmente são. Tudo que diz tanta coisa. Na verdade não diz nada. Não significa nada. E é perdida nessa espaço, nesse universo, que não sei de onde sou, não sei mais onde quero estar por querer estar em todos os lugares. Não sei se pertenço, só permaneço. E permanecer me traz de volta aos pontos iniciais. Tudo gira e para no mesmo lugar. Aqui de novo. Em ciclos abertos.
Estou livre das coisas, e dos outros, mas estou presa em mim. Não dentro. Nada que possa ser explicado, pouco entendido. Se pode sim ser, mas não quero, nem devo.

Siga-se/me em passos permanentes. Não importa por onde ou por quem, eu vivo, e não se sabe como, ou por que. Não sei explicar como vim parar aqui. As coisas simplesmente são.

Como não pertenço, pertencendo tanto. Permanente. Permaneço. Me permaneça. Você me pertence. Apenas permaneça nesse ciclo. Eu nunca pertenço.

Assentos Reservados para Idosos, gestantes, pessoas com crianças de colo e deficientes físicos.

foto: estrada Niteroi - Rj


O sentimento mais difícil de lidar é esse que vem com a angustia da alegria. A tristeza da felicidade. Estou tão feliz que fico triste.
Estou tão cheia que não consigo caber dentro do meu corpo e acabo vazando, pelos meus olhos.
Estou tão cheia de amor, que não consigo guardá-lo mais só para mim. Espero que alguém o roube um pouco, espero tirá-lo um pouco daqui de dentro.
Sinto o sol queimando meus sonhos. O mar lavando buracos que já foram feitos, e que não fecham. A dor passa mas a ferida nunca fecha. Ela fica aberta e pode doer de vez em quando, mas o mar vem para me lembrar de que a maré vai, e volta. As coisas passam e as coisas vivem, morrem, sobrevivem, e que o mar tem força, e o mar é calmo, o mar é lindo, mas afoga. E que chorar em cima de tanta agua salgada não faz diferença alguma.
Num momento de morte-vida eu disfarço e caminho. Violentamente aos maiores amores eu molho os dias. Um sentimento mudo, de uma proporção que não consigo revelar. Sobre tudo chegou a hora de se libertar do gozo do choro, no choro. No outro lado da vida molhada de gozo Divino. De dentro pra fora e de fora pra dentro.
No momento, enquanto nada passa e tudo muda, enquanto não se para de aumentar a velocidade. Olhar pela janela, e o que vejo é sobre o adesivo de assentos reservados. Ele faz tudo ficar embassado. Então vou indo pelos caminhos, correndo cada vez mais, vendo uma metade embassada, e outra clara demais que não consigo suportar. Um faz de conta de que tudo ficou azul da cor do gelo branco transparente. E eu fico laranja da cor do sol amarelo, e eu queimo.

Coisas ao tempos multi color




Dias belos são os que a chuva vem me recordar, batendo na janela, me mantendo com a porta fechada. O dia não tem luz, meu rosto permanece no escuro junto com as gotas geladas, molhando meu rosto que vive, morre. Mesmo gelado meu rosto começa a amar. Trancada entre 4 paredes. As paredes que construi para me proteger. Me corpo trancado, eu sinto medo de sair na chuva mesmo eu gostando dela.
Nós podemos dançar na chuva? Nós podemos pular em poças até o momento de partirmos?
Hoje a chuva me traz impossibilidades. Num instante estou no futuro, outro no passado, outro no teu sorriso.
Eu não estou dizendo que não gosto de me molhar, vamos dançar, a nossa música não acabou, e eu a escuto mais forte dentro de mim desta vez. Não sei se é bom ou ruim. As coisas boas do passado tem se tornado ruins e as ruins em boas, e o presente é confuso, e meu rosto gelado começando a amar. Eu tenho medo de amar. Tenho medo dessa música bonita, e tenho mais medo por não saber distinguir se ela é alegre ou triste.

O tal


Depois de um tempo parece que eu me prendi no vento. No tempo.
Perdi a memória das emoções. Me sinto caindo. Caindo dentro.
Dentro de tudo. Dentro de mim.
Não me importo mais com tuas asas. Eu as quebro e te impeço de voar se for necessário. O amor é isso não é? Eu te destruo todo mas não importa, porque estou sendo sincera. Ou eu te deixo voar, tão lindo, leve, enquanto meu corpo escurece por te poupar de minhas enganações.
Qual é o virtuoso amor, o amor não assusta você? Quem vai dizer o que é isso, o certo não é dizer que cada um ama de um jeito?
tudo isso existe? não soa tão imaturo e estupido pra você?
Não dá pra viver esse tal de amor, quando vivo ele ou nele, me sinto estupida. Não dá pra acreditar nele. Não dá pra acreditar em mim.

Meu primeiro livro.


Tem dia que eu escrevo só em pensamento. Fico um tempo com o lápis na mão olhando para um ponto fixo. Escrevo mil coisas, e quando olho para o papel em branco ele me pergunta, ei , você nao vai me usar hoje?- então eu o pego e o amasso, como se tudo o que pensei e escrevi dentro de mim, fosse amassado e depois jogado na lata do lixo.

Fantasmas e Vodka


Minha liberdade me destroe. Me sinto infortunada, cansada e sozinha nesse espaço oco e vazio, cheio de vozes, luzes, sapatos e dentes. Dentes que brilham.
A grandeza desses corpos estranhos se movimentando enquanto eu me sinto em velocidade abstrata, enquanto o tempo, os corpos, e vento e tudo estão lentos. Sopra esse vento gelado nos meus cabelos, sopra o sopro mentiroso dessa existência. Existir num espaço de tempo contado. Existir na contagem regressiva de não mais existir. Existir na contagem de um tempo que não existe.
Pra que viver, se podemos o tempo todo apenas existir. Existir pros outros. Se doar pro outro.
Ter medo do escuro, e quando alguem apagar a luz, esperar que alguem te ajude a acendê-la novamente.
Eu andei pensando sobre a existência do meu vazio. Dentro do meu vazio eu guardo tanta coisa. Dentro do meu vazio existe mais do que de dentro do que está cheio. O vazio é tão mais infinito, incerto, incorreto, incolor. Dentro dos meus olhos vazios existem coisas que você jamais poderá ver. Dentro dos meus olhos vazios existem tantas imensidões. Dentro dos meus olhos vazios se você nao entender, não digo nada a respeito. Tambem pode ser que o que você tenha visto possa ser uma ilusão.
Pra que ter dente, se sorrir não é verdade pra quem sofre.
Minha liberdade faz parte da loucura que condenam. Enquanto existem os que correm contra, eu corro a favor. Eu corro sobre os corpos em cãmera lenta pela insanidade. Enquanto correm dos loucos, eu tento me manter sendo um. Esses corpos loucos, enganados por si mesmo. Eu perco a sanidade para não tentar só existir. Minha liberdade é abstrata. Perdida num espaço ilusório, de faz-de-conta, contraditório; Onde a liberdade de cada um que aprisiona.
Minha liberdade não vem da alma, por ela estar presa na escuridão ou na luz, enquanto eu não quero que ela esteja em nenhuma das duas. Minha liberdade perdeu o paladar, não sente mais nada. Minha liberdade se destroe.

Seja breve, bem breve, não tenho tempo pra pisar no chão
Minha realidade me destroi, prefiro voar em cima das nuvens da minha ilusão
Seja breve enquanto que te digo tudo isso, só sou eu mesma que me escuto
Deixa querida o mar afogar teus medos, tapar seus ouvidos
Seja breve pra si mesma
Seja breve pra mim, que não falo nada mas ao mesmo tempo digo tanto coisa
Não é só a boca que fala
Deixa teu corpo falar
Ou melhor, deixa teu corpo ouvir

Deixa no mar teu escuro querida

Apesar de,


Entre rasbiscos que eu fazia nos papeis antes mesmo de saber escrever alguma palavra, logo criei poeminhas de criança em cadernos rosas, cheio de adesivos bonitinhos. Para passar para uma realidade de o que era estar vivendo tudo aquilo que eu tinha pra viver, diante de dores, imcompreensões, confusões, e magoas. Na adolescência criei um caderno que eu dava o nome de "caderno de pensamentos" , e neles eu guardo o registro de sentimentos sinceros. Fui crescendo registrando cada pensamento, cada mudança. Começando a andar de skate,e junto com isso, a sonhar depois que eu pisei em cima dele. Depois de escrever tantas coisas, tantos versos, tantas paginas, de sonhos, e ilusões perdidas, e sonhos que se foram, e outros que vieram. Diante de uma cama de hospital, depois de 5 pinos no joelho, depois de um caderno todo escrito em um mês, depois de lágrimas, de questões, de voltar a sonhar, e perder tudo de novo, por um segundo, ganhei outra cirurgia, ganhei mais 4 pinos no outro joelho, ganhei consultas na psicóloga, mas ganhei tambem livros, livros que li, histórias que absorvi pra dentro de mim. Ganhei novos pensamentos, novos versos, novas dores, e frustações, novos sonhos, novos gostos, e sabores. Conheci o que é ser outra pessoa por minutos diante de um palco. Realizando o sonho de criança de estar num palco, e atuar, á subir em um trapézio, ou girar em uma lira. Ganhei uma tatuagem no braço esquerdo, com o titulo de "Apesar de," que dá titulo a todas as questões que é você estar vivendo o tempo todo entre tantos apesares, e apesar de, que as coisas costumam acontecer, sejam boas ou ruins. E entre o amargo e o doce que saiu linhas que viraram paginas, e viraram um blog, que viraram realidade, que viraram ficçao, que viraram misturas entre ambas, que viraram este livro Apesar de,

e as folhas de outono começam a cair
e junto elas te levam
e eu estou indo embora, embora sozinha
pra uma casa qualquer
desconhecida
onde tudo é quente e pode ficar frio
tão frio sem tua mão pra me segurar
quando eu estiver caindo
caindo sozinha
deitada sobre as folhas de outono
espero a primavera chegar, te trazer devolta
em uma tarde de domindo qualquer
longe de casa, perto de ti

Já será possível comprar o meu livro "Apesar de,"
no site da Livraria The Book's On The Table,


www.thebooksonthetable.com.br


Se é cedo pra ficar, é mais cedo ainda para ir embora.
Caminhar na chuva, deitar na grama. Porque não entrar no mar, rolar na areia?
Mas se for pra se afogar, prefiro perder o ar só.

É tarde demais pra dizer que eu nao sou um anjo
e que minha face queima

E as folhas de outono começam a cair
e junto elas te levam
E eu estou indo embora, pra uma casa qualquer
me tornando desconhecida

Qualquer noite dessas, vou me parar a frente de bosques
Não floridos
E pensar que nunca pensei em você

Estar num espaço estreito onde ruas e avenidas não conseguem me parar.

Todos os dias só, olhando cada manhã viva
Viver no rosto das pessoas
Ver cada sorriso sem saber se ele vem antes ou depois de alguma dor
Ou atrás da dor

Hoje minha verdade é essa.
Amanhã pode ser que menti para mim mesma.
Desculpe por alguma coisa, e obrigado por muitas.