10-10-10

Entre o silencio de cada gota da chuva, ela o esperava no ponto de onibus, se escondendo de gotas geladas, olhando seu próprio reflexo nas poças formadas pelo chão.
Seus pés molhados, gelados. Ela já se prepara para que tudo fosse quebrado - o copo caiu no chão e quebrou: tão rápido, que não se percebe. Escorregou sobre seus dedos. Inacabado, mal começado. Sem fim.
Estava distraída quando ele bateu o guarda chuva sobre o vidro do ponto de onibus. Não queria olhar para trás e vê-lo. Não queria que aquela fosse a primeira da ultima vez.
Seus rostos corados, disfarçados. Ambos comovidos pela compreensão de um fim.
Tudo bem, tudo bem, ela dizia na imensidão do silencio que os partiam. Mas tudo não estava muito bem enquanto ele não conseguia nem direcionar o olhar para ela. Ela sorri, ele abaixa a cabeça. Ela diz sim, ele não, talvez. Talvez se eles tentassem se olhar por um pouco mais de tempo, algumas perguntas se solucionariam. Se eles se olhassem por mais um instante, se ela sorrisse para ele com os olhos mais uma vez, quem sabe ele não teria ficado.

Um comentário:

  1. engraçado...essa foto abaixo expressa tão bem, tão próximo oq tem passado na minha cabeça que chega a ser estranho. é quase a manisfestação física do meu pensamento

    ResponderExcluir